terça-feira, 10 de julho de 2012

Conversinha e doce de mamão verde...

Bom dia queridas,

Bem, existe um filme muito bonitinho chamado "Cheiro de papaia verde", ao menos esse é o nome que foi dado em português. Assisti a muito tempo. Se passa no Vietnã, por volta dos anos de 1950 e achei interessantíssimo que o mamão fosse comido, quando verde, com a pele e tudo, salgado. Ele era preparado batidinho, igual minha tia Geralda, irmã do meu pai, fazia com a abobrinha verde quando eu era criança.

Como todos os filmes vietnamitas que assisti, tem um visual, para mim, interessantíssimo, muitos silêncios, gestos e olhares... Se você procura ação, definitivamente, não é para você. Por outro lado, se procura apenas distração e não se importa com a ausência de diálogos longos e profundos, pode assistir.

Então, nunca tive coragem de comer o mamão como o vi prepararem no filme, porém, outro dia fiz doce de mamão verde... hum... nhami, nhami, nhami...

Vamos lá:
Esse é um doce dos mais interioranos que conheço. Acredito que seja típico de Minas, ao menos é típico de minha infância e juventude lá em Minas. Caso seja equivocação minha, por favor, me corrijam.
Bem, não tenho medidas certas, as receitas de doces desse tipo eram dadas mais ou menos assim:
Você rala ou corta compridinho dois mamões grandes, aí ferve duas ou 3 vezes, escorre, junta o açúcar, cravo e deixa apurar...
Então tá né?

É assim que eu faço:
Descasco e tiro as sementes de dois mamões verdes, do tamanho que eu encontrar, kkkkkkkk... Lavo direitinho.
 
Podem notar que minhas fatias não são de mamões completamente verdes, um estava "querendo" madurar. Porém, é melhor que estejam mais para verdes, quase completamente brancos.

Eu ralei as fatias no ralador de lasquinhas grandes. Também gosto de picar na diagonal, com cerca de meio centímetro de espessura, fica muito bonito e saboroso... Fiz em lasquinhas porque a pessoa que me pediu gosta mais assim.
 Depois de ralar ou picar, lavo novamente.

Levo para ferver com água suficiente para tanto... Não precisa cobrir. Depois de levantar fervura, conto cinco minutinhos e escorro a água.
 Faço isso mais uma vez. O mamão deve ficar translúcido e perder volume, fica como a cebola refogada.

Eu meço a quantidade de açúcar assim... kkk... Vejo mais ou menos o volume que deu quando escorri a água da segunda fervura e coloco metade desse volume em açúcar... Ou seja, se parece que são seis xícaras de mamão escorrido, eu coloco três de açúcar. Minha mãe sempre disse que em doce se coloca uma pitadinha de sal, pequena, de dois dedinhos, para "cortar o enjoado". É nessa hora que coloco minha pitadinha e também uns cravinhos. Coloco também cerca de 150 ml de água.
 Para doces eu prefiro o açúcar cristal. Não sei se já experimentaram fazer com ele e com o refinado para comparar, eu sim e me parece que com o cristal fica menos enjoativo... Sei lá... Pode ser coisa de mineira criada no açúcar cristal... kkkk

Aqui meu doce já tinha fervido com o açúcar e cravos por uns dez minutos em fogo alto. Não precisa mexer o tempo todo.
 Como eu gosto desse doce sem muita calda, eu deixo mais um pouco, agora em fogo baixo. Aí a calda fica mais espessa e o mamão mais cozidinho. Essa é uma boa hora para experimentar e, se você gostar de doce bem doce, colocar mais açúcar... Se você for deixar apurar mais como eu, cuidado para que não fique doce de mais e mexa sempre para não grudar.

Depois de apurar meu doce fica assim:
Acho que dá para notar que o volume diminuiu bem.

Esse doce me parece irresistível bem geladinho e com requeijão!!! Delícia!!!

Espero que tenham gostado. Eu gostei... Pena que já está no finzinho... kkkk...

Beijo

"Meu Deus, como o tempo passa...
Dizemos de quando em quando...
Ao final, o tempo fica...
E a gente é que vai passando..."
Fado


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Canto mitrado_direito e avesso


Oi meninas,

Depois da postagem da almofada algumas amigas me pediram explicações sobre o canto mitrado. Resolvi fazer uma pap e, aqui está.

Antes, como de costume, umas considerações...
Essa é minha maneira de fazer. Não tenho a pretensão de que seja a correta, melhor ou mais fácil, simplesmente é a forma como consegui interpretar a construção desse trabalho. Como não fiz, nunca, nenhum curso de corte e costura ou qualquer artesanato que seja, mesmo patchwork, não me cobro a perfeição da sequencia dos passos, somente tento compreender o que vejo e interpretar, com minha visão de leiga, as técnicas e explicações que tantas Artesãs maravilhosas e competentes colocam na Net. Aliás, existem outros paps dessa técnica na rede, muitos, maravilhosos, essa é, somente, uma interpretação pessoal do que vi e entendi.

Isso posto, vamos lá.

Esse pap é para o canto mitrado no direito e no avesso da peça, então, precisamos de quatro tiras que tenham o dobro da "aba" que queremos, mais a margem de costura. Como queria uma aba de 3cm, minhas tiras totalizam 7,5cm. Ou seja:
3 + 3 + 0,75 +0,75.

O Comprimento da tira deve ser o comprimento da área onde ela será aplicada mais pouco mais do dobro da aba. Eu coloco cerca de 2cm a mais.

Como sou muito intuitiva no que faço, ou seja, sem conhecimento de técnicas, eu prefiro fazer com que minha tira fique bem parecida com um viés. Assim me sinto mais segura e erro menos.
Eu dobro minha tira ao meio, avesso com avesso e passo para vincar bem.

Depois, dobro uma abinha, margem da costura, para dentro e passo.
Notem que essa abinha está dobrada avesso com avesso.

Dobro a outra e passo novamente.
 Então, minha tira fica com três vincos, um no meio e as duas margens da costura.

Aqui, posicionada ao lado da capa de almofada, dá para ver que está dobrada completamente e que o direito do tecido está exposto.

Aqui podem ver que marquei, com caneta que sai com água, o centro da capa de almofada e também da minha tira. Faço isso para ter certeza da posição da tira.
Eu prefiro fazer o acabamento do lado direito da peça. Então, eu posiciono a tira da abinha, direito com direito, no lado de trás da peça. Na foto anterior dá até para ver o zíper que fica nas costas da peça.


Posiciono e alfineto direitinho.

Faço isso dos quatro lados, no caso, da minha capa de almofada.

Nos cantos da capa de almofada, onde as abinhas se encontram, eu marco até onde vou costurar. É que a costura não é feita até o final. Temos que deixar um pedacinho sem costura. Eu deixo o equivalente à margem de costura.

Eu marco onde a margem está e, por essa marca, sei até onde devo costurar. Faço então outra marquinha onde vou parar de costurar.
 Aqui estão minhas marquinhas, as de cima marcam onde "acaba" a capa de almofada, as de baixo, onde acabará minha costura.

O encontro das abinhas fica assim:
Fica um quadradinho que não será costurado.


Depois de costurar as quatro tiras das abinhas, fica assim:

 Aqui elas estão sobrepostas.

Aí eu dobro a peça na diagonal.
 No canto, inferior esquerdo, dá para ver que eu posicionei os vincos centrais feitos no início desse pap. Eles têm que ficar bem certinhos. Nessa foto também dá para ver que dobrei a capa de almofada costas com costas, de maneira que parte da frente da capa ficou para cima.

Dobro e vinco, com a unha mesmo, para encontrar o lugar onde a costura das tiras parou. Faço uma marquinha abaixo.

Abro as dobras e posiciono a régua deixando uma margem de 0,75, ou seja, a margem da costura, e faço uma linha reta até a dobra central da tira da aba. Depois, faço outra linha reta daquela marquinha abaixo, a do passo anterior, até o centro. Encontrando com a primeira.

Foi assim que fiz a outra linha... A de baixo.

Alfineto.

Costuro, exatamente, sobre as linhas feitas.

Corto o excesso de tecido e procedo da mesma maneira nos outros três cantos.
 Esse corte na pontinha da costura é feito para que não fique muito tecido acumulado deixando o canto sem um formato muito definido.

Depois de desvirar a abinha fica assim:

Eu ajeito bem aquelas dobrinhas que fizemos nos passos iniciais, as da margem de costura.

Ficam todas dobradinhas para dentro da aba.

Aí, finalmente, eu costuro, rente à borda, fixando a abinha. Assim a almofada fica com os cantos mitrados dos dois lados.


Espero que tenha ficado "compreensível" e que possa servir para dirimir dúvidas.
Caso queiram uma explicação melhor sobre algum passo, por favor, me avisem, ficarei encantada em ajudar. É sempre um gosto poder servir.

Beijo

"Meu Deus, como o tempo passa...
Dizemos de quando em quando...
Ao final, o tempo fica...
E a gente é que vai passando..."
Fado